segunda-feira, 15 de junho de 2020

200615 - Chargista (Noblat+Aroeira)





































Entidades reagiram nesta segunda-feira (15) ao pedido de investigação feito pelo governo de uma charge contrária ao presidente Jair Bolsonaro e reproduzida em uma rede social pelo jornalista Ricardo Noblat.
O desenho do chargista Aroeira retrata Bolsonaro pintando a suástica, símbolo nazista, em uma cruz vermelha. Há ainda a frase "bora invadir outro?", numa referência a um pedido de Bolsonaro para que seus apoiadores entrem em hospitais e filmem a situação dos leitos.
O pedido de investigação foi anunciado pelo ministro da Justiça, André Mendonça. Segundo ele, o pedido foi encaminhado à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria Geral da República (PGR).
Para a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), é "estarrecedor" que o ministro da Justiça anuncie o pedido em razão da charge.
"A aversão à crítica é própria das ditaduras e dos candidatos a ditador. No entanto, as ameaças não calarão os defensores da liberdade de imprensa e da democracia. Aroeira e Noblat têm, neste momento, a defesa incondicional da ABI", afirmou.
Em uma rede social, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) afirmou que "causa preocupação" o Ministério da Justiça invocar a Lei de Segurança Nacional para defender Bolsonaro de uma charge crítica ao governo.
"Embora todo cidadão tenha direito a buscar reparação judicial quando se sente atingido em sua honra, usar o peso do Estado e uma lei criada em período de exceção é desproporcional neste caso, e sugere que o real objetivo é intimidar a imprensa e cercear a liberdade de expressão", publicou a entidade.
Nesta segunda, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência publicou em uma rede social que "falsa imputação de crime é crime".
"O senhor Ricardo Noblat e o chargista estão imputando ao Presidente da República o gravíssimo crime de nazismo; a não ser que provem sua acusação, o que é impossível, incorrem em falsa imputação de crime e responderão por esse crime", acrescentou a Secom.
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